Araripe enfim chega ao sertão. Uma descoberta : muitas casas feitas em adobe, estão quase ruínas, e outras são ruínas. Em visão sociológica, se diz que isso é índice de decadência, mas como Araripe é poeta, a decadência sociológica é poesia: as casas feitas em adobe , algumas com reboco e pintadas geralmente de brancas , com janelas de cor azul , são a beleza arquitetônica da caatinga, mas essas ainda são prosa, poesia é o adobe à vista. O sertanejo abandona o campo, começaram o desenvolvimento das pequenas cidades do sertão, mas a medida que as pessoas vão para a cidade, a caatinga renasce, se enriquece em biodiversidade e quando chega o tempo das águas , a beleza da caatinga verde , enche os olhas de quem a vê: a caatinga é bela mesmo seca, para a poesia, mas quando verde, torna se o bioma mais exuberante deste Brasil. Araripe vai continuar por aqui, pois há muitas descobertas pra fazer neste sertão; pois como diz Guimarães Rosa: " o sertão é dentro da gente ".
Comentários