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O Avesso da sociedade
Todas as sociedades,
em todas as épocas, sempre foram regidas por regras de convivências. Hoje,
olhando para a historia dessas sociedades, algumas há que são valorizadas por
seus modos de vida, sua cultura e pelas leis que regulamentava o convívio
nessas sociedades. Por exemplo: Nossa sociedade contemporânea costuma olhar com
bons olhos o período Renascentista e a Sociedade da Grécia Clássica. Mas, o que pegamos como modelo é só aquilo que estes
períodos produziram de mais relevantes,ou seja, o que hoje tem valor para nossa
sociedade, isto é, as artes do período renascentista e a democracia da Grécia Clássica
. A tirania, que era a forma de governo mais comum entres esses povos, virou anátema
para nós, isto é, nem se nomeia em nossos dias. O que fica como exemplo
universal são os pêssegos bons, os maus
vão para a lata do lixo.
O mesmo ocorre
com o período em que vivemos, chamados por nós de pós-moderno. Outros há que dizem vivemos um período tão caótico ,
que não somos mais pós modernos;tal o desenfreamento dos acontecimentos dos
dias atuais que ficou difícil dizer em que época vivemos. Talvez, estaríamos na
entre-safra , e que não será exagero nomearmos nossa era como: Era dos Caos. Produzimos,
com certeza, muitas coisas de valor que ficarão para a posteridade, mas que
hoje não somos capazes de avaliar o que de
melhor nossa sociedade produz. Outras gerações virão, e muito do que hoje nós valorizamos,
eles reprovarão, e outras que nós reprovamos, será no futuro valorizado .
Olhando com
os olhos de hoje, a nossa maior crise, aquilo em que somos os piores dos piores
que já habitou nesta terra, é a padronização que se faz da imbecilidade. Ser
diferente hoje, ou sair desta padronização, é o mesmo que se isolar do mundo, e ser taxado
de anti-social. Ser diferente para a nossa sociedade é o maior pecado que pode
existir. Se em outras sociedades o pecado era punido com o fogo do inferno,
ainda assim, tinha o atenuante de ser condenado após a morte, e ainda assim,
com possibilidades de ser absorvido no juízo final. Hoje isso não acontece,
pois, não mais se tem como punição o
fogo do inferno, nem muito menos há alguma possibilidade de um julgamento
justo.Agora a punição é instantânea, ou seja, a condenação é visível a olho nu.
O indivíduo não padronizado é enviado ao desterro, mas o desterro não mais
existe por que também padronizaram o desterro. Sendo assim, a condenação virou
um impasse permanente, o que é uma característica de nossos dias, afinal, esta é
a sociedade do Caos, na qual nem se
regulamenta a punição , nem a liberdade.
Ficando, para nós outros, destes dias tão
caóticos a esperança de que outras sociedades virão , e com elas outras formas
de convívios, na qual não mais existirão a padronização da sociedade, e o que realmente
terá valor , será o que cada pessoa tem de mais peculiar e autêntico.
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