Euclides da Cunha: aqui começa  o "Sertões". Essa foto é contemporânea à leitura do livro do Euclides da Cunha. Essa estrada é o caminho da casa do Araripe. Nela, ele viveu as poesias da estrada: um encontro, matéria de poesia: um andarilho que fazia parte da paisagem natural da rodovia. Ele havia arborizado em pássaros. daí que as garças o usavam para amanhecer.

Ponte ferroviária: um lugar proibido. Esse é o caminho do trem: um andarilho bonachão. A beleza é a arquitetura da ponte. Local do nascimento do Rio Paraná: rio que ensinou Araripe a nadar. O pássaro "sem fim" gorjeia nessas paragens.

Araripe: a poesia das casas em ruínas. Esta casinha é a única casa histórica da cidade de Três Fronteiras. Cidade quase sem memória. Araripe conheceu, lá, sua imagem poética mais pungente: as andorinhas fazendo coreografia de despedida: um balé nos céus de Três Fronteiras. Essa casinha é símbolo de um sonho: ao fundo, os trens de passageiros farão sua viagens, rumo aos confins do Éden: oeste e norte do Brasil. Um dia ele vai embarcar nestas viagens. Tuiuiu. Garça. Travessia.

Travessia como lugar transgressor: ponte onde pedestre e ciclista não têm vez: somos bárbaros e civilizados ao mesmo tempo. Araripe, andarilho por excelência, foi obrigado fazer essa travessia como um contraventor da lei de trânsito. Mas conseguiu alcançar as paragens a oeste do Éden: Mato Grosso Do Sul.

Muito longe  de casa


Ruína: margem da estrada. A margem como lugar abandonado. As estradas paulistas são tristes: entre uma cidade a outra, a vida não acontece. Os andarilhos não gostam delas: idílio de andarilhos são as estradas de minas: a população rural vivem à margem das rodovias: lá, a vida acontece.

Um fascínio: as ruínas de trens

Os anos de aprendizagem de Araripe Amaro




Cecília: bicicleta viandante: viajou 800 km até Itaobim MG.

Outro local proibido: sob um locomotiva, Araripe fotografa um carregador inusitado: ele vê um azul dormente carregando um trem: fotografa o carregador.
a foto ficou boa, 
como está cansado de tanto caminhar pelas estradas de minas, dorme debaixo do trem.
ao amanhecer, acorda, pois ouve os ruidos da locomotiva que rumava para oeste. Prepara sua máquina e tira uma foto ainda mais inusitada: ele vê um GE carregando a existência de um trem, ele fotografou a existência do trem, mais do que o trem, a foto também ficou boa.

Primavera: a casa da primavera. uma lembrança: Travis: personagem andarilho, do filme Paris Texas, de Win Wenders. 

Poesia: o pé mais poético da literatura: os pés de Orlando. Fotografado por uma personagem de romance.

113h: trilha sonora da estrada
um instrumento musical:
motor 360 hp
uma canção: o som epifânico do 113 subindo a serra
do cachimbo.
o motor diesel
os andarilhos
as garças
e os ipês, embelezam as BRs: 101, 116 e 153.


Aurora: sempre às margens da Euclides da Cunha
Primeira foto que Araripe tirou do Rio Paraná:  garças
jaó
sem fim e
arara azul
voam pro Goiás 



Itaobim e Araripe, moraram aqui.



Memória: a descoberta do realismo italiano: ladrões de bicicletas

Outro fascínio: as construções antigas feitas de tijolinhos

Matéria de poesia: os tijolos

Cinemateca: Deus e o Diabo na terra do sol
Memória: Era uma vez no oeste

Araripe em , A general: o fascínio pelo trem em ruínas.
Sertão: o sertanejo é antes de tudo um forte. Araripe encontra com o sertão: o sertão vive dentro da gente. o sertão é o mundo. E o sertão está em toda parte.
São Paulo S/A: Araripe viveu um romance com essa cidade, hoje ele vive um ensaio. 


Andarilho em : O canto do 113h e as paineiras em flor. Araripe arborizou em paineira, pra vê se  amanhecia gorjeado pelos manoezinhos da croá,  passarim bunitim.


Outono: Árvore símbolo do outono: uma paineira em flor. Essa árvore não existe mais: com a duplicação da rodovia sp 320, ela virou lenha. hoje vive na memória e no texto deste blog.
Rubiacanga: lugar de ruptura. Depois dessa placa, Araripe deixa de ser corinthiano, de fato, para se-lo só históricamente.
Araripe e a bicicleta: ensaio ou poesia?



Itaobim e Araripe: Araripe é uma personagem andarilho. Itaobim, o é de fato: ele é andarilho por natureza e por ofício.

Local bucólico: nonada: tiros que o senhor ouviu foi de briga de homem não, Deus esteja. Mirei ao longe em árvore, todo dia isso faço. Gosto, desde mau em minha mocidade...Araripe parafraseando Guimaraes Rosa: local da leitura de "Grande Sertão: veredas.

A leste do oeste: garça. o sol indo à paragens que o honram ainda.
A sudeste do Eden: Brasil
Olha lá , olha lá, vê  se ocê vê quem vem vindo lá...um scania t 124...uma poesia estradeira: não canta como o t 113 h. Seu canto não tem muito prestígio junto ao público estradeiro: andarilhos e caminhoneiros, mas nenhum outro scania o supera em beleza: na estrada a beleza pictórica vem do t 124, dos andarilhos, das garças e das andorinhas que, embalados pelos sons magníficos dos 113, dormem às margens e sonham com o pão com manteiga do posto rio dos Bois, em Tocantis.
Araripe na estação ferroviária: ele espera o trem de Alto Taquari, na esperança de conseguir uma carona pra Tucuruí, PA. Seu sonho é nadar em três rios: Rio Araguaia, Tocantins e Rio São Francisco. Com medo dos candirus, não pretende nadar o Amazonas.

À sombra das paineiras em flor: azul e rosa


Comentários